Veladuras brancas sugerem cortinas que ocultam e revelam a resiliência silenciosa da arte no cotidiano dos ensaios.
Entre campos de cor intensa e estrutura geométrica, fragmenta-se a figura da bailarina, ora revelada, ora aprisionada.
A paleta de vermelhos densos e azuis profundos expressa tensões emocionais internas, enquanto os dourados da sapatilha evocam ideais de beleza e perfeição.
A composição contrapõe a leveza da dança à rigidez das expectativas, revelando o embate entre expressão e contenção.
A bailarina representa múltiplas versões de si mesma, projeções, julgamentos, máscaras.
Mesmo sob o peso da disciplina, o corpo sustenta a suavidade do gesto.
Uma perna em ponta e a mão suspensa traduzem, na forma, o esforço e a delicadeza, o equilíbrio entre força e vulnerabilidade.
Cenas de Mim é a coreografia entre o visível e o íntimo onde, por trás da harmonia, pulsa o drama da dança que acontece dentro e fora do corpo.
